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Foto do escritorFernando Rocha

O impacto da Inteligência Artificial no Branding

Imagino que você esteja sendo inundado por ofertas de serviços e produtos oferecendo a Inteligência Artificial como um grande diferencial. Seja para aumentar a produtividade, incrementar a qualidade do que vai ser desenvolvido ou as duas coisas.


O que chamamos de inteligência artificial ou IA (ou AI - artificial intelligence) ficou bastante popular nos últimos meses com a chegada das ferramentas generativas de texto, imagem e som (como o ChatGPT, Midjourney e Synthesia) mas o seu uso já é bastante comum em muitas tecnologias que usamos durante as nossas tarefas do dia a dia lidando com equipamentos eletrônicos. O próprio smartphone ou seu laptop usam muitas “inteligências artificiais”. Lembra que depois do lançamento dos smartphones tudo que é equipamento começou a ser smart? Era smartTV, smartPad, SmartWatch, SmartJacket ou ar-condicionados com sensor smartclean e geladeiras com sistema smartassist.


Fiquei pensando nas ferramentas que usei durante toda minha carreira de diretor de arte, designer e estrategista de marca e percebi que a tecnologia foi sempre uma ferramenta essencial para desenvolver meus projetos. A quantidade de equipamentos e ferramentas que uso no meu dia a dia é quase incontável. São tantos apps, softwares, plugins, add-on (claro, tudo com nome em inglês para ficar mais “cool”), mini coisas que entraram na rotina e a gente nem se dá conta - e não vive mais sem. 


As tecnologias foram evoluindo exponencialmente e agora chegou a vez da IA generativa, que usa dados para gerar imagens, textos, áudios e vídeos de forma quase instantânea. Todo hora surge uma nova IA, ou produto com IA no nome, que promete ser melhor que o anterior ou ser a revolução da revolução. 

Mas agora vamos falar sobre como tudo isso afeta nosso trabalho ou se ainda vai existir trabalho para nós. 


Temos três grandes avanços nessa nova revolução da inteligência artificial que, se usados com sabedoria, podem transformar o jeito como criamos marcas e o nosso relacionamento com os consumidores.



Personalização


Uma das principais vantagens da tecnologia é lidar e organizar quantidades enormes de dados. Tudo que fazemos no mundo digital deixa rastros. O que acessamos, o que buscamos, o tempo de navegação em determinado website e até o tempo que ficamos olhando determinado produto no feed das redes. Sem falar dos nossos cliques, likes, compartilhamentos e comentários. O maior desafio sempre é cruzar esses dados todos e fazer algum sentido para a nossa estratégia. 


Por exemplo, plataformas como Amazon e Netflix utilizam algoritmos para sugerir produtos ou conteúdos com base no que você já comprou ou assistiu. Isso não apenas melhora a experiência do usuário, mas também aumenta as chances de conversão das plataformas.


Se sua consultoria tem um blog voltado para negócios e, analisando os dados, percebe que os posts que mais engajam são os assuntos voltados para a parte tributária, pode ser interessante aumentar a frequência de posts sobre o assunto ou até explorar o lançamento de algum infoproduto sobre determinado tópico. 


Ferramentas de automação de marketing, como Mailchimp e HubSpot, já usam IA para segmentar listas de e-mail, criar campanhas personalizadas e disparar e-mails em horários específicos para cada usuário. Mas cuidado, apesar da eficácia da personalização, é importante monitorar o risco de "excesso de personalização", que pode fazer o consumidor se sentir vigiado ou sendo excessivamente monitorado. O equilíbrio entre utilidade e invasão é fundamental.



IA na criação de conteúdo


Aqui está a grande revolução no processo de criação de marcas e de comunicação entre as empresas e seus consumidores. Ferramentas que podem gerar textos, imagens e vídeos já existiam há um tempo, mas o salto evolutivo foi tão grande que agora até pessoas com pouco conhecimento tecnológico conseguem utilizar ou pelo menos ter acesso. 


Muitas ferramentas de IA já estão incorporadas em softwares que utilizamos no dia a dia, como Google Docs, Word, Adobe Photoshop, Illustrator e InDesign, facilitando e otimizando a produção ou criação de conteúdos. Outras, como o Chat GPT e Dalle, começamos a utilizar no início de 2024 e já tivemos resultados excelentes em termos de produtividade. 


No nosso processo de criação, a imersão no universo do cliente é fundamental para entender profundamente a sua história, desafios e objetivos. Para isso, fazemos reuniões de alinhamento, entrevistas e workshops que geram uma quantidade enorme de dados que antes tínhamos que juntar, organizar e decupar “manualmente”. Hoje conseguimos gravar e ter a transcrição automática das reuniões com o Tactiq, fazer upload das anotações no chatGPT e solicitar a tarefa de agrupamento, revisão e até resumos do que foi coletado. O aumento de produtividade gira em torno de 80%. Sem falar na possibilidade de gerar insights e fazer brainstorm de ideias a partir dos dados que foram disponibilizados na plataforma.


O Canva é outra plataforma que vem ganhando popularidade por sua facilidade e acessibilidade, principalmente entre os clientes. A única ressalva que fazemos é que muitas marcas acabam usando a plataforma sem ter pensado estrategicamente na sua comunicação e saem usando os templates disponíveis indiscriminadamente, o que pode deixar sua marca sem uma identidade consistente ou sem personalidade, uma vez que qualquer outra marca do mesmo segmento pode usar os mesmos templates.


Lembre-se de que o diferencial de uma marca está na história e na personalidade das pessoas que a construíram. A inteligência artificial sempre vai gerar conteúdos básicos e genéricos, se quem está pedindo não tiver o mínimo de conhecimento sobre o assunto.


O impacto da IA no branding ainda está no início, mas à medida que as tecnologias evoluem, o foco não será apenas eficiência, mas autenticidade. 

Colaboração cultural: A IA está se mostrando especialmente útil na adaptação de mensagens para diferentes culturas. Ferramentas como o Google Translate, Deep L e Localise, ajudam as marcas a traduzir não apenas palavras, mas o contexto e a intenção da mensagem, reduzindo erros culturais. Um exemplo prático seria adaptar cursos online feitos para o mercado brasileiro para outros países da América Latina, traduzindo legendas ou até dublando o conteúdo para o espanhol. 



Reforçando a experiência do cliente (CX)


A IA também desempenha um papel fundamental na melhoria da experiência do cliente. Os chatbots inteligentes são um ótimo exemplo. Eles podem oferecer suporte ao cliente 24 horas por dia, 7 dias por semana, respondendo perguntas frequentes e resolvendo problemas comuns sem precisar da intervenção humana.


Chatbots evoluídos: marcas como Sephora e H&M utilizam IA para oferecer recomendações personalizadas e resolver problemas de forma autônoma.


Análise preditiva: empresas estão antecipando desejos dos consumidores antes mesmo que eles sejam verbalizados, otimizando estoques e campanhas.


Embora eficientes, chatbots ainda podem falhar em atender necessidades mais complexas ou em interpretar nuances emocionais, gerando frustração no cliente. Outro ponto importante é manter planos de contingência para evitar interrupções no serviço em casos de falhas nos sistemas de inteligência artificial.




Os pilares do futuro


A adoção da IA no branding traz desafios éticos que não podem ser ignorados. A coleta de dados pessoais exige um equilíbrio entre inovação e privacidade. Regulamentações como o GDPR e a LGPD são fundamentais para proteger os consumidores, mas exigem que marcas adaptem suas práticas.


A transparência é sempre a melhor aliada das marcas. Ao comunicar abertamente como os dados são usados e oferecer controle ao consumidor, empresas não apenas cumprem a lei, mas constroem confiança – um ativo intangível de imenso valor.

A IA não é apenas uma ferramenta, é uma transformação cultural no modo como marcas e consumidores interagem. Sua capacidade de personalizar em escala, otimizar processos criativos e antecipar comportamentos está remodelando as regras do jogo. Porém, a Inteligência Artificial não substitui o toque humano com humano na estratégia de branding. Marcas vencedoras usarão a tecnologia para complementar, e não substituir, a criatividade humana.


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